28 de janeiro de 2009

Yesssssss!


Impressionante esta mania de empurrar as coisas com a barriga, esperando uma solução miraculosa que decerto cairá do céu - mas não hoje, tampouco amanhã. Hoje me libertei de um desses ciclos viciosos que já durava anos.

Freedom!

E tenho dito.

27 de janeiro de 2009

Como é bom relembrar...



Tardes de chuva, romances bobinhos, ah como era boa a adolescência... :)

21 de janeiro de 2009

A vida é pra ser voada



É a minha historinha pessoal: a alma, de braços abertos no sol da tarde, canta para a vida, trancafiada num escritório e com medo de tudo:

Just let me wake up in the morning
To the smell of new mown hay
To laugh and cry, to live and die
In the brightness of my day
I want to hear the pealing bells
Of distant churches sing...

18 de janeiro de 2009

Ócio


Adormeci em frente à janela, minha tela de cinema desde tempos imemoriais. Com a bênção do céu azul e do sol fulgurante, dos botões de gérbera e dos mais diversos tipos de pássaro, deslizei em um mundo de paz, onde eu eu sou o Universo e Ele sou eu. Mesmo após despertar, continuei carregando esta sensação de plenitude - embaixo do chuveiro, os raios de sol me chamavam, e eu sorri sob a água morna, me sentindo una com o mundo.

Lá fora, uma folha caiu em uma árvore. Entendi que aquela folha caiu de mim também.

Pude SENTIR, com letras garrafais, e ser grata por cada segundo.

Saí do banheiro rodopiando gotas d'água fria enquanto me dava conta de que estivera... MEDITANDO.

Trilha sonora da epifania: Silêncio, do Madredeus.

17 de janeiro de 2009

Maysa - Quando toca o terror


Eu confesso: há um bom tempo não assistia nada na televisão aberta. Mas com o buxixo rolando a respeito dessa minissérie do plim-plim Maysa (lançada estrategicamente para subjugar a menina dos gases do SBT), resolvi arriscar para ver se rolava alguma coisa de novo nos domínios de dona Lily.

Fiquei passada. Passada e dobrada. Dobrada e guardada na gaveta.

Não vou nem entrar em detalhes ínfimos da produção - como a total e absoluta ausência de inflexão na voz da protagonista, ou os dentes descomunais do netinho-da-lenda-filho-do-diretor-transformado-em-ator, coisa que me incomodava deveras em praticamente todas as cenas.

Não.

O que eu queria mesmo comentar é que, enquanto moral da história, essa minissérie só pode ter servido de bom exemplo para a Amy Winehouse - e, quem sabe, a Rê Bordosa do Angeli. Sim, porque a mensagem foi clara: você pode tocar o terror a vida toda, enchendo a cara, pegando o marido alheio, consumindo drogas pesadas e esborrachando periodicamente o carro no meio da rua - contanto que nos últimos meses de vida (e obviamente você deve ter um sexto-sétimo-e-oitavo sentido para perceber que vai morrer logo), faça as pazes com todos e consigo mesma, com direito a beijos soprados ao vento e declarações de amor em leitura labial.

Para quem está buscando arduamente a melhora espiritual (como eu), e aprendendo que "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", ou que "o melhor de uma viagem não é o destino, e sim a jornada", ver que a maior emissora de TV do país anda colocando zilhões de reais na história de uma pessoa que, ainda que cantasse divinamente, foi o exemplo de vida mais bosta que pode haver - e ainda por cima glamourizando o final, é de lascar.

Até a própria Maysa, que pelo que entendi sempre foi acima de tudo honesta a respeito de si mesma e sua própria (in)felicidade, deve estar soltando lasers pelos olhos em algum plano astral por aí.

Sinceramente. Só com muita meditação transcendental pra aguentar.

16 de janeiro de 2009

Deixe seu espírito ser seu guia



Mais uma trilha sonora significativa para a minha busca espiritual:

Let Your Soul Be Your Pilot
Sting

Let your soul be your pilot
Let your soul guide you
He'll guide you well

When you're down and they're counting
When your secrets all found out
When your troubles take to mounting
When the map you have leads you to doubt
When there's no information
And the compass turns to nowhere that you know well

Let your soul be your pilot
Let your soul guide you
He'll guide you well

When the doctors failed to heal you
When no medicine chest can make you well
When no counsel leads to comfort
When there are no more lies they can tell
No more useless information
And the compass spins
The compass spins between heaven and hell

Let your soul be your pilot
Let your soul guide you
He'll guide you well

And your eyes turn towards the window pane
To the lights upon the hill
The distance seems so strange to you now
And the dark room seems so still

Let your pain be my sorrow
Let your tears be my tears too
Let your courage be my model
That the north you find will be true
When there's no information
And the compass turns to nowhere that you know well

Let your soul be your pilot
Let your soul guide you
Let your soul guide you
Let your soul guide you upon your way...

12 de janeiro de 2009

Nada como três dias de enxaqueca...



... pra gente repensar a vida.

Vários sinais aparecem, de pessoas desconhecidas ou inesperadas, avisando sempre a mesma coisa: viva o AGORA, tome as rédeas, respire fundo e faça da melhor forma. E a lição do dia vem do videoclip fuderoso Right Now, do Van Halen (1992):

Right Now

Right Now, Ed is playing the piano.
Right Now, People are having unprotected sex.
Right Now, Opportunity is passing you by.
Right Now, Justice is being perverted in a court of law.
Right Now, Blacks and whites don't eat together very much.
Right Now, You could be outside.
Right Now, The light from a star in M-5 is heading toward earth.
Right Now, Light that left M-5 a thousand years ago is getting to your house.
Right Now, God is killing moms and dogs because he has to.
Right Now, Guilt is turning someone inside out.
Right Now, Van Halen is planning a world tour.
Right Now, There's a bomb factory hard at work.
Right Now, You are sitting too close.
Right Now, Somebody's got the wrong idea.
Right Now, Oil companies and old men are in control.
Right Now, It's business as usual in the woods.
Right Now, Nothing is more expensive as regret.
Right Now, People who can't read/breathe are bumming.
Right Now, Is just a space between ice ages.
Right Now, Youth is king.
Right Now, Maybe we should pay attention to the lyrics.
Right Now, Is a good time to repent.
Right Now, The truth is being obscured.
Right Now, Science is building a better tomato.
Right Now, Pigs are becoming lunch.
Right Now, Someone is working too hard for minimum wage.
Right Now, A convenience store is open.
Right Now, Mike is thinking about a solo project.
Right Now, Your parents miss you.
Right Now, Oysters are being robbed of their sole posssesion.
Right Now, No one is safe from loneliness.
Right Now, It's cold where someone you love is.
Right Now, It's nicer in cabo.
Right Now, A mad man is wandering the streets of the town you live in.
Right Now, A wounded heart is sitting in a coach seat on an east-bound transatlantic flight looking out the window wondering how to say "dog", "howl" and "moon" in French just in case it comes up.
Right Now, She is going on with her life.
Right Now, Time is having it's way with you.
Right Now, Forces are aligning against you.
Right Now, Someone is walking onto a nude beach for the first time.
Right Now, Ed's got his hands full.
Right Now, You wish you had a larger TV.
Right Now, Our country is doing things we think only other countries do.
Right Now, You aren't doing what you most wish you were.
Right Now, Is harder than it looks.
Right Now, Your memory is getting longer while your life is getting shorter.
Right Now, Dogs have it good.
Right Now, Is not the fault of the Japanese.
Right Now, There is no cure.
Right Now, People are doing it for money.
Right Now, A bowl of soup would be nice.
Right Now, Keeps happening.
Right Now, We should be going.

7 de janeiro de 2009

Pensamentinho

Aí eu pensei: a gente deve nascer com o espírito zerado, sem vícios nem pré-concepções de nada. Certo? Certo. Aí começamos a experimentar a vida. Aprender uma coisa num livro, outra na lapada. Tiramos mais umas conclusões observando o comportamento alheio, e por aí vai.

Mais ou menos quando começa a segunda volta de Saturno, o espírito está tão abarrotado de informações que viramos praticamente o Google. Com terabytes e terabytes de dados armazenados na cachola, estamos preparados para viver 90% das coisas pelas quais passamos todos os dias - e aí quase não precisamos mais pensar, é só reagir no automático. Né?

Deve ser por isso que é tão difícil viver no presente.

Ou não...

Aprendendo com exemplos


Nessa hora eu me dou conta de que os valores não devem ser estes...

Bilionário não aguenta crise e se mata
Publicado no Jornal do Commercio em 07.01.2009

BERLIM – O bilionário alemão Adolf Merckle, 74 anos, que teve o império industrial ameaçado depois de perder milhões de euros na Bolsa, suicidou-se. Em um breve comunicado, seus familiares declararam que “Adolf Merckle viveu e trabalhou por sua família e por suas empresas”. Os acontecimentos desses últimos meses “destruíram esse empresário apaixonado, e ele se suicidou”, acrescentou a família, que atribui as dificuldades das empresas do grupo à crise financeira mundial.

De acordo com a Procuradoria de Bade-Wurtemberg, Merckle se jogou debaixo de um trem, na segunda-feira à noite, próximo de Blaubeuren, onde morava. Seus parentes haviam notificado seu desaparecimento à polícia.

O bilionário, até então discreto, ocupou as manchetes dos jornais após perder dezenas de milhões de euros em operações na Bolsa, principalmente papéis da Volkswagen, que puseram seu grupo à beira da falência.

Quase desconhecido fora do país, Adolf Merckle é, segundo a revista Forbes, a 94º fortuna mundial, com patrimônio estimado em março de US$ 9,2 bilhões. Presidia a holding familiar VEM, que controla, principalmente, o grupo farmacêutico Ratiopharm, uma das maiores empresas de venda de remédios no atacado da Europa, e a fábrica de cimento HeidelbergCement.

Vivendo longe do jet-set e sem ostentações, em Blaubeuren, com 12 mil habitantes, esse apaixonado por alpinismo tinha como único luxo fazer expedições aos Andes e ao Himalaia. Também se resguardava da imprensa e dos holofotes. Nas últimas semanas, a mesma foto ilustrava as matérias sobre sua quebra financeira e, mesmo no meio da tempestade, foram os filhos que confirmaram que ele havia perdido milhões de euros, especulando com os títulos da Volkswagen.

“Já superei muitos desses ‘crashes’ na Bolsa, mas não podia esperar uma crise bancária e financeira dessa amplitude”, defendeu-se o empresário, no início de dezembro, em rara entrevista ao Frankfurter Allgemeine Zeitung.

6 de janeiro de 2009

Vivendo o presente

Foi tentando (e por enquanto, ainda na tentativa) estar presente em cada momento que fui presenteada com uma bela demonstração de sabedoria vinda de um quase-desconhecido:

As pessoas colhem aquilo que plantam. Mas infelizmente, por mais que queiramos, não podemos carregar seus fardos por elas. O que podemos fazer é dar o máximo de amor possível para alegrar suas vidas. E assim evitar essa tensão toda na lombar e na cervical.

(recebi este conselho hoje no meio de uma sessão inesperada de shiatsu)

4 de janeiro de 2009

Em 2009 eu quero...


Aprender meditação;
Deixar de me preocupar com tudo, o tempo todo;
Caminhar sempre que possível;
Falar sempre a verdade;
Viver de acordo com a natureza;
Ler um livro por semana (ou a cada quinze dias no máximo);
Me manter no presente, e não morrer de véspera;
Rir do inesperado, e não ter uma dor de barriga;
Comer de forma mais saudável;
Dizer não quando for preciso;
Cuidar de mim e dos meus;
Deixar de lado a paranóia;
Perdoar meus defeitos e dos outros;
Me desapegar e tomar consciência da inconstância das coisas;
Ter mais compaixão;
Parar de criticar tudo;
Colecionar lembranças boas;
Ver o pôr do sol mais vezes;
Comprar menos impulsivamente;
Escrever um livro.

O grande barato é que tenho a sensação de que VAI rolar!

3 de janeiro de 2009

Preciso ler (ainda) mais


Quase três quartos adentro de mais um livro, me dou conta de como ler é uma parte intrínseca de minha personalidade. Com a leitura, um novo mundo se abre a minha frente - e inexplicavelmente, é o meu próprio mundo interior. A cada parágrafo vou descobrindo pensamentos esquecidos, sensações adormecidas e desejos simplesmente sufocados pelo cansaço e pela rotina, mas que nunca estiveram mortos; apenas tinham sido empurrados para lá.

A mais recente descoberta em meu mundo literário é Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert. E o reencontro se deu com o seguinte trecho:

Como a maior parte dos humanóides, carrego o fardo daquilo que os budistas chamam de "mente de macaco" - pensamentos que pulam de galho em galho, parando apenas para se coçar, cuspir e guinchar. Desde o passado remoto até o futuro desconhecido, minha mente fica pulando a esmo pelo tempo, tendo dúzias de idéias por minuto, descontrolada e sem disciplina. Isso, em si, não é necessariamente um problema; o problema é o apego emocional que acompanha o pensamento. Pensamentos felizes me tornam feliz, mas - vupt! - com que rapidez torno a me prender a preocupações obssessivas, estragando a felicidade; e então basta a lembrança de um momento de raiva para eu começar a ficar exaltada e brava de novo; e então minha mente decide que aquela pode ser uma boa hora para começar a sentir pena de si mesma, e a solidão não demora a chegar. Afinal de contas, você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, e você é escravo de suas emoções.

O outro problema de toda essa pulação pelos galhos do pensamento é que você nunca está onde está. Você está sempre remoendo o passado ou especulando sobre o futuro, mas raramente pára no momento presente. É um pouco como o hábito da minha querida amiga Susan, que - sempre que vê um lugar bonito - exclama, quase em pânico, "Que lindo isto aqui! Quero voltar aqui um dia!", e preciso lançar mão de todo o meu poder de persuasão para tentar convencê-la de que ela está lá. Se você estiver buscando a união com o divino, esse tipo de oscilação para frente/para trás é um problema. Existe um motivo pelo qual Deus é chamado de presença - porque Deus está bem aqui, agora. O presente é o único lugar onde se pode encontrá-lo, e o agora é o único momento.

Porque ontem, enquanto me entregava às mãos habilidosas de uma massagista a quem costumo carinhosamente me referir como Eleanor Abernathy, não conseguia deixar de pensar em como aquela massagem de corpo inteiro era legal, e que eu deveria voltar lá para mais uma seção. Obviamente, saí de lá mais tensa do que entrei, muito devido ao fato de que uma ansiedade avassaladora tomava conta de mim a cada membro do corpo que ela deixava para trás, me fazendo enrijecer o pescoço enquanto pensava "agora sim, está mais perto do fim".

Estou achando que quatro meses em um ashram indiano me seriam úteis. Ou talvez um ano.