11 de novembro de 2011

Espelho meu


Auto-imagem.
Imagem do outro.

Hoje perdi o foco algumas vezes pensando nisto. Porque me vi instintivamente analisando o brilho de algumas pessoas, aquela qualidade que faz com que a gente queira conhecer mais. E entendi que aquela luz tem em grande parte origem em mim mesma - em como eu deixo a energia de cada um entrar.

Parei para pensar em como os outros me vêem.

Não consegui.

Tenho sérias dificuldades em aceitar qualquer opinião positiva - ainda que seja ávida em abraçar as más auto-impressões.  Então cheguei à conclusão de que teria de me bastar para fazer esta análise.

Começando pelo fato de eu não ter charme, não ser graciosa.
Pelo contrário, sou nervosa, desastrada e ligeiramente corcunda.
Minha voz é grave e anasalada. E minha risada é levemente histérica.
Estou gorda sim, isto é fato. E as covinhas em meu rosto se tornaram meio monstruosas com o passar do tempo.
Meu cabelo é diferente. De uma cor indefinida. Estranho. Engessado. E cresce em todas as direções - erradas.
Perfumes doces me fazem vomitar. E também detesto roupas delicadas e floridas.
Estou sempre de calças jeans e sapatos baixos - e com um cheiro que para mim é *muito* mais selvagem do que deveria.

Eu sou cínica. Reclamona. Negativa.

Agressiva. E falo sem pensar.

No final das contas, o que eu andei fazendo nos últimos anos?

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