Insegurança é um bicho que corroi...
Há 7 anos
Hoje foi um desses dias
Viver é um grande desafio, isso é fato. Quando eu era criança, ninguém chegou pra me dizer o quando era difícil tocar carreira, família, auto-realização, planos de crescimento, educação e amigos. Sempre tem alguma coisa precisando de atenção, algum remendo pedindo conserto.
Eu acordo ontem e vejo o seguinte e-mail na caixa postal:Um dia Deus acordou feliz da vida e disse:
"- Tenho que criar algo hoje que seja melhor que um carro com 6 marchas, direção hidráulica e trio elétrico. Ah, tem que ser melhor também que chocolate e cerveja. Xi! Melhor que controle remoto de televisão também; e que o futebol com a turma. Nossa, tem que ser melhor que churrasco. Tem que ter senso de organização, harmonia, simpatia, beleza e mais um bocado de coisas boas. Ah, e conseguir fazer o Adão pensar que ele é que está no comando; aquele cara só come carne crua, anda nú e deixa a caverna uma bagunça!"
E assim surgiu a mulher. Agora me diga: passados mais de 2000 anos daquele momento sublime e inspirado, alguém já pensou em dar um prêmio de melhor criação para Deus? Pôxa, foi a melhor idéia que ele já teve!
Feliz Dia Internacional da Mulher a todas as mulheres importantes de minha vida: mãe, madrasta (no melhor sentido da palavra), tias, irmãs, amigas, colegas, e esposa, é claro :-)
Ontem tive que lidar com uma notícia triste, mas que me fez pensar. Uma criança de nove anos, abandonada pela mãe, criada apenas por um (provavelmente) assoberbado pai, chegando em casa da escola, resolveu pôr um fim em tudo. Subiu em algum lugar alto (presumo), amarrou um cinto em volta do pescoço.Quem sou eu?Eu gosto de caminhar (este texto foi elaborado durante um percurso entre o trabalho e a aula). Acredito que borboletas são bons presságios, e que as pessoas mais simples entendem mais do que falam que qualquer intelectual que nunca viveu de fato a vida. Amo fotografia: é uma das únicas formas de materializar para a multidão minha própria visão de mundo. Não guardo roupas pelo avesso nem por decreto, porque segundo minha avó, o diabo dança dentro delas. Acho enfadonhas todas as discussões teóricas, principalmente aquelas em que o assunto em questão é menos importante que o ego dos participantes. Fico triste com quem me priva de uma crítica - ou seja, de uma oportunidade de crescer. Sou preguiçosa. Vivo pela inércia. Morro de frio. Repudio adultos saudáveis que exploram crianças em vez de utilizar-se do recurso único que é a mão de obra braçal. Também não suporto ver pessoas idosas, cheias de histórias para contar e vazios de energia, dependendo da mão de obra braçal para viver. Não existo sem plantas, sem música e sem meu edredom. Tenho fases de estar no mundo, entre as pessoas. Tenho fases de estar sozinha com a minha janela. Bebo menos água do que deveria. Arrumo as prateleiras das lojas porque sou obcecada por simetria - mas tenho medo de levar uma bronca dos vendedores. Prefiro um picolé de limão a qualquer sabor de sorvete. Sempre quis fazer uma tatuagem, mas nunca tive coragem. Ando mais de táxi do que deveria, por medo dos ônibus à noite. Sofro de enxaqueca, no momento controlada com o consumo diário de antidepressivos. Gosto de usar canetas até o fim (sequei duas escrevendo este texto), me dá uma tremenda sensação de paz. Já sei de antemão que nunca vou me adaptar a nenhuma reforma ortográfica - apaixonei-me pelas palavras como elas eram há quinze anos e assim continuarei. Não troco nenhuma festa do mundo por um bom filme no sofá, no colo de marido. Falando em colo: o da minha mãe é o melhor lugar do universo. Falando em mãe: herdei da minha a personalidade. A alma, herdei do meu pai (não trocaria a vida com eles por nada). Sou tão sintética que tenho medo de não preencher uma folha em branco inteira, mesmo com um resumo do Velho Testamento. Aliás, acredito em Deus, mas não tenho religião. Acredito na bondade. Acredito em premonições. Acredito no tarot. Não acredito no futuro.Mas estou tentando. :)
...não custa nada reforçar o insight. Se existe uma coisa que me controla, não é dinheiro, poder nem ambição. A força que me domina é nada mais, nada menos que a INÉRCIA.
Aparentemente, uma série de fatores convergiram para me deixar do jeito que estou no momento. A fluoxetina acabou, as visitas foram embora, o feriado passou e me deixou com o saldo de alguns dias de cama com uma lombalgia persistente. O clima definitivamente virou, e trouxe consigo aqueles dias de vento frio e chuva fina, cujo céu cinzento e iluminado de meio dia inspira os pássaros a cantar e os humanos a dormir. Isto sem contar a entrada no inferno astral no dia de hoje - exatamente a um mês do natalício desta pessoa que vos escreve.