Insegurança é um bicho que corroi...
Há 7 anos
Acabo de chegar do cinema, onde fomos assistir ao blockbuster natalino Marley & eu. E por incrível que pareça, o que era pra ser mais um filme levinho de tarde de domingo deu um verdadeiro tilt no meu juízo.

Filme do ano: Wall-e
Fiz uma cagada de proporções continentais e concluí duas coisas:
A cada dia que passa entendo mais que um dos meus grandes problemas é a inquietação que me lasca de corpo e alma, causada pela obsessão de FAZER TUDO CERTO.Sim, fui em quem fiz :D E está grudado lá na parede da sala onde trabalho, junto de uma botinha de papai noel cheeeeia de papeizinhos com desejos do bem :)
...que nem eu, este site é um must visit.
Reza a lei de Murphy que quando precisamos DE VERDADE fazer uma coisa, outra opção - infinitamente mais interessante - se nos depara como num passe de mágica.- Meu nome? Tenho muitos. As pessoas me chamam de Deus, Senhor, Jeová... Você sabe, meu filho, a quem me chamar de coração, atenderei...====================================
- Tá bom, e eu sou o Papai Noel. Jingle Bells pro senhor...
Ele, o Onipotente, o Todo Poderoso, Onipresente e todo o resto, ali naquela cadeira dura de delegacia, algemado. Se São Jorge ou seu amigo Gabriel, o Anjo, o vissem daquele jeito, Ele estaria desmoralizado para sempre no céu. E o pior: o delegado barbudo que estava lhe pregando aquela peça fora feito à sua imagem e semelhança. Até o bigode era parecido...
- Falsidade ideológica... - anotou o delegado num bloquinho de papel. - Tá bom, meu senhor, e o que o senhor alega que estava fazendo quando foi pego roubando frango naquela padaria?
- Roubando? - o réu sorriu, com placidez e um pingo de benevolência. - Não, meu filho, eu estava dando comida aos que necessitam...
- Sei. Há dois minutos o senhor era Deus. Agora é... Robin... Hood... - continuou o magistrado, enquanto anotava tudinho no bloco amarelado. - E o que mais?
Porque não ouvira o conselho de seu fiel apóstolo Pedro? Poderia muito bem ter feito um milagrezinho de nada e produzido meia dúzia de frangos para matar a fome daquele povo. Ou um panelão de feijoada... Mas não... resolveu descer e, com as próprias mãos, dar um jeito no problema...
- Meu filho, você será perdoado porque não sabe o que faz - arriscou, tentando mostrar ao delegado barbudo que, como um bom Deus, não guardava rancor. Porém, existem coisas de que até Deus duvida... O delegado foi ficando vermelho e furioso, levantou-se da mesa e deu um bofetão no bloquinho de papel.
- Olhe só, meu velho, eu aguento tudo, - gritou o oficial enraivecido - menos que me venham com esse papo de salvação. Soldado! - berrou pela janelinha que dava para a saleta ao lado. Quando um homem fardado apareceu, a resposta foi curta. - Enquadra o elemento. Desacato à autoridade.
Com um suspiro de exasperação, Deus cedeu à tentação pela primeira vez em sua longa vida, e, dando de ombros, desapareceu no ar. Chegando no céu, tirou os sapatos e sentou em seu grande trono de nuvens. Enquanto massageava os pulsos, doloridos por causa das algemas, sentiu um cheirinho de enxofre e, sem se virar, falou com o visitante.
- Veio procurar o que aqui hoje, Lúcifer?
- Nada, Deus - respondeu o diabo, alisando malandramente o manto vermelho. - Só vim pedir para dar uma olhada na sua ficha criminal...
Com uma careta, Deus jogou um dos sapatos em Lúcifer, que desapareceu com uma gargalhada que São João classificaria como "infernal".
- Em que mundo fomos parar, meu Deus?
Dando-se conta do ridículo da situação, sorriu. Deus era ele.
- Lutar contra o Diabo é fácil, mas esses meus filhos são dose!


Quando eu assisti este filme pela primeira vez, gostei muito por causa do humor.
Tá fazendo um sol de lascar. O céu tá azulzinho e eu acabei de voltar da cidade, onde comprei um monte de jarros para as rosas, crisântemos e gérberas de meu recém ampliado jardim. A tarde está linda e... eu mencionei que está fazendo um calor de rachar?
E a semana só está na metade...
Um dos porteiros do meu prédio pode ser descrito como a quintessência da "figuraça". O cidadão já passou dos sessentinha e não escuta quase nada - mas insiste em trabalhar o turno da noite no escuro ("para aguçar a visão noturna", ele justifica, convenientemente sem lembrar a tarde em que precisei chutar o portão para entrar em casa).
Apenas por curiosidade (e um pouquinho de revolta), estou iniciando uma campanha na blogosfera - e para isto, preciso contar com a sua ajuda, incauto leitor. Se você conhece alguém rico (e não vale aquele amigo da sua vizinha que se aposentou com 3 salários mínimos, tem que ser RICO mesmo) e que NÃO SEJA FILHO DA PUTA, indique!


De uns anos para cá venho constantemente me surpreendendo com o rumo dos meus pensamentos. Talvez seja o excesso de auto-reflexão, talvez a (i)maturidade, mas o fato é que hoje mesmo (finalmente) entendi o motivo da minha curiosidade - desejo até - de presenciar o fim do mundo.
E só Deus sabe porque às vezes a gente se esquece do poder extraordinário da música: de aproximar pessoas, trazer de volta lugares. Em última instância, de nos fazer reencontrarmos com nós mesmos.
No último domingo me perdi entre fotos antigas: família, origens, história. Abri a caixa da memória e simplesmente respirei fundo, deixando a fada da lembrança fazer sua mágica. Passei com carinho por cada imagem, ao mesmo tempo revisitando todas aquelas sensações fantásticas...
E recentemente eu constatei: para as pessoas, o ato de ouvir não tem nem de perto a importância de ser ouvido.



